Teoria das Restrições

A Teoria das Restrições é uma metodologia de aprimoramento de processos voltada a descobrir e melhorar a etapa menos produtiva (restrição) como forma de evoluir o sistema todo.

Enquanto uma corrente nunca será mais forte que seu elo mais fraco, um sistema de processos sequenciais nunca produzirá mais por unidade de tempo que sua etapa menos produtiva. Ou seja, tal como o elo mais fraco limita a força da corrente, o processo menos produtivo limita o resultado da cadeia de valor inteira.

O Exemplo da Marcenaria

Para exemplificar, imagine uma marcenaria com um processo de fabricação de 4 etapas:

a. a parte de corte consegue gerar peças suficientes para 5 mesas por dia;

b. o acabamento resulta em peças para 2 mesas no mesmo período;

c. na etapa de montagem podem ser produzidas 4 mesas diariamente e;

d. por fim, a pintura consegue finalizar 3 mesas.

A produção diária dessa marcenaria está condicionada à vazão da etapa mais restrita, neste caso, o acabamento das peças. Mesmo que as etapas seguintes consigam produzir 4 e 3 mesas respectivamente, não haveria peças acabadas para tal (a não ser que acumuladas pois mais de um dia).

Seguindo essa lógica, a Teoria das Restrições diz que, assim como uma corrente, um sistema terá um, e apenas um, estágio (elo) mais fraco (aquele em que a corrente arrebenta). Pensando na marcenaria, temos etapas menos produtivas que outras, porém apenas uma é menos que todas. E esta, por ser a limitante de todo o processo, é a que deve receber atenção primeiramente.

Caso tentemos elevar a capacidade dos processos anteriores ao acabamento, teremos maior acúmulo de peças. Se agirmos após, teremos mais capacidade ociosa. Logo, nenhuma das duas opções melhora a situação do sistema, e será perda de tempo focar nelas.

Os 5 Passos para Resolver Gargalos

A Teoria das restrições nos ensina a lidar com isso em 5 passos:

1. Identifique o gargalo, a etapa limitante do processo. Afinal, como vimos, trabalhar as demais não nos ajuda no momento.

2. Explore a restrição: muitas vezes, tal etapa não está na sua máxima eficiência possível. Assim, podemos tomar ações para aumentar seu desempenho sem ações extremas, com automações ou redução de desperdício por exemplo.

3. Submeta as demais etapas à restrição: equalize a produção dos demais processos à produção máxima do gargalo encontrado, assim evitamos congestionamentos e capacidade ociosa. Afinal, se tenho capacidade para produzir 5 em uma fase, mas os gargalos apenas 2, logo a capacidade da primeira ficará ociosa em algum momento, e isso é um desperdício.

4. Eleve o gargalo: se, mesmo assim, esta etapa continua sendo a menos produtiva, agora sim podemos pensar em investimentos tais como contratar pessoas ou maquinário.

5. Evite que a inércia se torne a restrição: uma vez que tal etapa não é mais o gargalo, outra etapa será. Hora que aplicar estes passos a ela.